O cenário. A pandemia da Covid-19 levou o dólar a um patamar inédito: ele ultrapassou os R$ 5 e, no início de abril, chegou a bater os R$ 5,32, a maior cotação já registrada.
Mas dólar em ascensão não é bem uma novidade… Em momentos de crise econômica, variações muito bruscas na cotação da moeda americana costumam ser a norma. No caso do Brasil, a tendência, nessas situações, é que ela suba.
Por que isso? Porque o dólar é hoje o que se chama de moeda de referência: o que acontece com ele afeta todas as moedas e reflete o cenário econômico global. Esse papel tem a ver com a força da economia da moeda (neste, caso os Estados Unidos) – não necessariamente com o seu tamanho ou com suas dívidas, mas com seu poder de influência sobre os demais países.
A economia americana é referência. Ao longo do século 20, ela foi ganhando espaço com o crescimento de sua participação no comércio exterior e o seu fortalecimento após as guerras mundiais na Europa. Por mais que o país passe por crises econômicas, o dólar continua contando com a confiança internacional. É por isso, entre outros fatores, que muitas commodities (bens ou produtos comercializados que têm valor estratégico, como o petróleo e a soja) são negociadas, mundialmente, em dólar.
Em tempos de crise, compra-se dólar. Como o dólar é uma das moedas mais fortes e sólidas do mundo, além de ser a referência monetária, as pessoas costumam comprá-lo para defender-se de uma possível crise. O modelo de câmbio flutuante faz com que o valor da moeda mude bastante em situações extremas.
Modelo de câmbio o quê? Flutuante. Este é o regime cambial no qual as taxas de câmbio são determinadas de acordo com a oferta e demanda do mercado. Ou seja: é o mercado de câmbio que controla os preços das moedas. Em casos específicos, os governos podem intervir na cotação do câmbio.
Em um momento de incertezas… O mercado corre para o que considera menos incerto – e, hoje, o dólar representa alguma solidez. Olhando para outros momentos complexos na economia global, a tendência é que, quando houver mais respostas sobre os impactos a longo prazo, a volatilidade diminua. Mas o futuro das cotações ainda é incerto.
Fonte: Blog nubank