Bolsa cai (muito), Bolsa sobe (pouco)

A pandemia começou a afetar a Bolsa em fevereiro. Os primeiros reflexos da Covid-19 na B3 apareceram no final de fevereiro – mais especificamente no dia 26, quando ela teve uma queda de 7%.

Foi o fim de meses de altas históricas. O começo do ano havia sido excelente para a Bolsa: ela passava por um período de alta, havia ultrapassado os 100 mil pontos e batia recorde no número de investidores pessoa física.

O efeito coronavírus acionou até circuit breakers. No dia 9 de março, a Bolsa caía 10% e foi acionado, pela primeira vez desde 2017, o circuit breaker – um mecanismo que interrompe as negociações na Bolsa por 15 minutos quando o Índice Bovespa (Ibovespa) apresenta queda de 10% ou mais. Nessa mesma semana, ele foi acionado três vezes. No mês de março, um total de seis vezes. 

Desde então, a Bolsa vem caindo. Consistentemente, ainda que com algumas altas eventuais. Até o momento, a queda acumulada (isto é, desde o começo de 2020) já passa dos 30%.

Por que isso acontece? O comportamento da Bolsa durante a pandemia é reflexo dos efeitos que as economias no geral vêm sentindo. É uma espécie de efeito cascata:

  • As pessoas, vendo sua renda cair e preocupadas com o cenário econômico, passam a consumir menos;
  • A queda no consumo faz com que as vendas das empresas caiam e elas passem a lucrar menos (ou até mesmo a dar prejuízo);
  • Isso impacta o preço das ações de empresas listadas na Bolsa e dos diversos setores afetados pela queda no consumo.

A palavra-chave é insegurança. Tudo isso, somado às incertezas da pandemia e seus efeitos, derruba a confiança dos investidores e aumenta a volatilidade do mercado. É um cenário de pessimismo que leva os investidores a diminuírem seus riscos – em outras palavras, a fugir do mercado de ações. 


O petróleo também entrou nessa dança. Nesse meio tempo, outra questão afetou (e muito) o desempenho da Bolsa de Valores: a crise internacional do petróleo, que também está relacionada à pandemia e suas consequências.

Menos gente em circulação. Com as pessoas adotando medidas de quarentena e isolamento social, a circulação de veículos (carros e aviões, por exemplo) diminuiu, fazendo com que a demanda por petróleo caísse.

Ou seja: sobrou produto no mercado. As discussões entre países exportadores sobre medidas para controlar o valor do barril acarretaram em uma nova guerra de preços do petróleo. 

Fonte: Nubank

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